mdo's blog

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Sobre o "Apartheid" Americano: Não se Deixem Cair no Vale do Desespero

Jovem assistindo ao discurso de Martin Luther King Jr.

A segregação racial está ganhando força nos EUA neste último mandato de Obama. Mentiras divulgadas pela mídia chapa branca fazem a população negra se revoltar contra policiais brancos e vice-versa. 

Nesse momento de instabilidade, o movimento negro -- não só na América, mas no mundo inteiro -- tem aproveitado para ressuscitar [e adular] biografias de figuras como Malcolm X e Nelson Mandela. Oprah Winfrey, que já foi uma das apresentadoras mais bem pagas do mundo, chegando a receber mais de US$50 milhões por mês, atingiu os píncaros do absurdo ao dizer que "gerações marinadas(sic) no racismo merecem a morte", como solução para o fim do "racismo americano", seguindo exatamente aquilo que pregavam os dois sujeitos supracitados, cada um a seu modo: Malcolm X, muçulmano e grande divulgador do grupo "Nação Islâmica", acreditava na lenda de Yakub, um cientista louco (negro) que criou a raça de demônios -- os brancos --, além de predicar a supremacia negra e a violência como método, tendo influenciado grupos radicais como os Panteras Negras. Nelson Mandela, por sua vez, ordenou os famosos necklaces(1), um bombardeio na Church St. e vários outros atentados terroristas enquanto esteve preso. Sua esposa, Winnie Mandela, disse certa vez: "with our boxes of matches and our necklaces we shall liberate this country", endossando a prática que matou inclusive negros que se opunham à violência.


O partido ANC (African National Congress), ao qual "Madiba" pertencia, utilizou a propaganda para disseminar mentiras e angariar apoio em sua luta, assim como a mídia americana tem feito. De 1948 a 1994, 21000 pessoas foram mortas; dessas, 14000 em apenas quatro anos (1990-1994). No mesmo período, 8580 negros foram mortos por outros negros e outros 4902 por necklacing. Portanto, se o governo fora responsável direto por 7 mil mortes(2) no período do Apartheid, pelo menos 5 mil tiveram o dedo de Mandela, o pacifista.

Por outro lado, verdadeiros ícones como Martin Luther King Jr. e Rosa Parks são esquecidos e deixados completamente de lado pelo movimento negro. Luther King, por ter liderado o boicote aos ônibus em Montgomery e por seu admirável esforço pelos direitos civis dos negros nos EUA, liderou a "Marcha Sobre Washington", onde fez seu memorável e histórico discurso em que dizia: "I have a dream that one day this nation will rise up and live out the true meaning of its creed: "We hold these truths to be self-evident, that all men are created equal"."


Outra grande vitória, não só dos negros mas de todos que possuem algum apreço pela liberdade, aconteceu no dia 1° de dezembro de 1955, quando Rosa Parks se recusou a ceder seu lugar no ônibus a um homem branco. A partir desse episódio a história americana começou a mudar.


A construção do mito por cima de alguns desses líderes ilude os incautos e acaba servindo de combustível ideológico. O uso político da morte de Michael Brown, p. ex., que de bandido foi transformado em mártir, é, tão somente, uma demonstração espúria da falta de caráter da imprensa. Chapa Branca, Yellow Press, Prensa Amarillista? Não importa. Sua atuação é sempre igual, seja nos EUA, na África do Sul, no Brasil ou em qualquer parte do mundo. Portanto, antes de ajudar a espalhar mentiras, sejam amigos da prudência e, como diria Martin Luther King Jr., "não se deixem cair no vale do desespero".

(1) Necklacing é a prática de execução sumária e tortura que consiste em prender uma pessoa dentro de pneus e atear fogo. Pelos traficantes brasileiros é conhecido como "microondas".
(2) Dessas 7 mil mortes, muitas aconteceram por conta da guerra angolana, além de incluir, também, o massacre do exército sul-africano (SANDF) em Kassinga, onde 600 refugiados da Organização do Povo do Sudoeste Africano (SWAPO) foram mortos. Esse número também conta com os brancos mortos pelos terroristas da ANC. Então, o governo matou 7518 negros durante 46 anos de Apartheid, isto é, brancos matando negros, enquanto os movimentos de emancipação foram responsáveis por 13482 assassinatos por motivos políticos. Negros matando negros.

                                                                                                       -  Ian Maldonado.

2 comentários:

  1. Excelente texto, Ian. Apenas uma correção: Oprah Winfrey nunca disse que pessoas brancas merecem a morte. O que ela disse, em entrevista à BBC, foi que velhos racistas, de mentalidade austera, deveriam morrer. Não houve incitação à violência. Se interpretada com honestidade, a fala da apresentadora expressa que racistas devem ser deixados à mercê do tempo, que se encarregará de dar cabo a cada um deles.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Generations marinated on racism have to die. Essa resposta foi dada por ela como sendo a solução para o fim do "racismo americano". Oprah se referia às gerações de brancos que cresceram (agora sim) numa América racista. No mesmo programa, por exemplo, perguntaram a um negro sobre relacionamentos e ele respondeu que preferia sair com as brancas pq são.mais fáceis. Sabemos, caso fosse o contrário, a discussão que isso geraria. Obrigado pelo comentário e correção, amigo. Abraços.

      Excluir