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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Economia e a Ordem Social

Resenha sobre a ”Economia e a Ordem Social”

Toda a teoria libertária – ou liberal, como conhecida pela maioria - gira em torno de três fatores, que são os direitos de propriedade, a autorregulação do mercado e o fato de que interesses individuais, ao contrário do que pseudointelectuais alegam - ou impõe mesmo -, são benéficos ao interesse público ou coletivo.


 O direito de propriedade - ou direito à propriedade - é o básico para o entendimento de toda a teoria neoclássica que trouxe à tona a definição de propriedade dada por John Locke, teórico contratualista, em seu Magnum opus “Segundo Tratado Sobre o Governo Civil”, em que, logo após derrubar Robert Filmer em toda a primeira parte da obra, inicia sua explanação acerca da origem da propriedade quando diz que “cada um guarda a propriedade em sua própria pessoa” - dando a ideia de que a primeira propriedade da qual temos direito é o nosso próprio corpo que, além de ser um direito natural, acaba por transferir valor, desse modo, à terra trabalhada por ele.

 A autorregulação, o conceito de mão invisível ou ainda Laissez Faire é, em suma, a ideia de que o mercado funciona perfeitamente sem interferência do Estado na economia e se mostra abalado quando isso ocorre. Por exemplo, até 1913, ano da criação do Federal Reserve (FED), todas as recessões tinham vida curta, já em 1929 a história foi diferente, como fora dito por Murray N. Rothbard em “America’s Great Depression” e sintetizado por Rodrigo Constantino em um capítulo de “Economia do Indivíduo: O Legado da Escola Austríaca”. Friedrich August Von Hayek (F. A. Hayek) em “Desestatização do Dinheiro” defende a existência de uma moeda descentralizada capaz de não sofrer com a interferência estatal como único meio de uma economia totalmente independente funcionar perfeitamente – hoje em dia temos o Bitcoin, uma moeda descentralizada e totalmente virtual, ainda latente, que pode, talvez, um dia nos oferecer isso.

 Interesses individuais só serão alcançados caso haja trocas. Ninguém aceitaria uma troca caso estivesse se prejudicando. Isso explica o porquê de tais interesses não se contraporem ao interesse coletivo, pois até mesmo com a concorrência os maiores beneficiados não serão as empresas em questão, mas os consumidores de seus produtos. Quanto melhor e mais barato, mais atrativo se torna o produto e mais satisfeito seu consumidor fica. Não se trata apenas de lucro, mas a vontade e a ação humana é que estão em jogo; o que me leva a crer que socialistas assumem uma missão impossível de “desumanizar” a humanidade. Transformar os cidadãos em máquinas sem vontades e aspirações em favor do bem coletivo e social, como se fosse possível fazer isso sem considerar os indivíduos.

 Isso se trata do homem econômico racional, herdado de John Stuart Mill.

 Outro ponto importante – e o último - a ser destacado é que muito dificilmente a economia se tornará uma hard Science como Leon Walras acreditava ao passo em que a matematizava. Sempre existirá, sob meu ponto de vista, agindo em conjunto tanto os modelos matemáticos como a praxeologia, que estuda a economia pela ação humana, considerando a história e até mesmo a sociologia ou a psicologia para entendê-la.

                                                                                                           - Ian Maldonado.

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